sexta-feira, 30 de março de 2012





 O VALOR DA BIODIVERSIDADE
  2ª ACTIVIDADE

Fonte :biotriz.wordpress.com
Não se deve subestimar o conhecimento empírico do homem primitivo. Desde o seu primórdio, o homem explora a natureza, principalmente plantas e animais, para se alimentar, medicar, construir abrigos e roupas. Na realidade, desde quando o homem apareceu neste planeta as primeiras explorações tecnológicas começaram, ocasionando o início do desenvolvimento económico e do progresso social. Paralelamente à exploração da natureza vieram o domínio territorial, o nacionalismo, o racismo, a política e a economia.
Vejamos o descritivo abaixo sobre o valor de microrganismos:
…/…O potencial do uso de microrganismos para os processos biotecnológicos em saúde é reconhecido. Das bactérias são obtidas, por exemplo, enzimas que quebram a molécula do DNA do vírus invasor destes microrganismos. Estas enzimas, conhecidas com enzimas de restrição, podem ser utilizadas como suporte para a biotecnologia,  fornecendo fragmentos de genes que poderão ser utilizados em processos para clonagem, hibridização, finger-printing, identificação de genes e outras manipulações genéticas para produção de animais e plantas transgênicas. Novas enzimas de restrição ou de síntese de DNA podem ser detetadas, extraídas de bactérias do solo e serem comercializadas como ferramentas moleculares.
Os microrganismos contribuem para o equilíbrio de ecossistemas atuando sobre os constituintes atmosféricos gasosos. Podem-se encontrar bactérias capazes de degradarem herbicidas, pesticidas, inseticidas, óleos e esgotos poluidores. Assim, as bactérias participam da reciclagem de compostos químicos na biosfera, incluindo a degradação de poluentes industriais. Também a busca de bactérias como inseticidas deve ser estimulada como alternativa aos inseticidas químicos que poluem o meio ambiente, plantas e animais. Assim, os microrganismos podem participar ativamente da construção de uma melhor condição de vida nesse planeta. 

                                                                           Fonte: Biodiversidade, biotecnologia e saúde
 Um dos aspetos importantes para tomar decisões     com vista a uma estratégia de sucesso    na conservação e proteção de espécies e  diversidade biológica, sobretudo porque os   habitats atuais se encontram fragmentados pelo homem, é o valor atribuído à   biodiversidade. Se as pessoas não se interessam pelo facto de determinada espécie se extinguir, ou com o facto dos ecossistemas perderam as suas propriedades funcionais, será difícil, que, mesmo os decisores mais esclarecidos tomem atitudes corretas.
Os métodos de avaliação de preferência ambientais exigem inquéritos, entrevistas e demais atitudes para a obtenção de juízos de valor sobre o bem ambiental sob investigação. Isto requer trabalho de informação sobre produtos muitas vezes desconhecidos para os entrevistados, socorrendo-se de significativos e compreensíveis formatos. Aqui reside o problema: muitos estudos revelam que os membros do público em geral têm baixa consciência e má compreensão do termo biodiversidade, e que a comunicação de informação relevante dentro de um estudo de preferência declarada é difícil.
Além disso, se as partes envolvidas no processo desconhecem as características de um bem, então é improvável que se obtenham desenvolvidas e fundamentadas preferências sobre o seu valor.
À biodiversidade podem atribuir-se valores:
  •       Éticos e morais (as espécies apresentam direito intrínseco à existência);
  •       Valores monetários diretos (relacionados por exemplo, com o turismo);
  •       Potencial de utilização futura (Ex: substâncias ainda não descobertas);
  •      Serviços ecológicos para o homem.
A maioria dos ecossistemas têm sido fragmentados por destruição de habitats, construção de estradas, clareiras, barragens, etc. Estas interrupções nos ecossistemas atuam como barreiras ao movimento de organismos, permitem a invasão por plantas e animais exóticos, aumentam a mortalidade de organismos que atravessam estas barreiras entre os fragmentos e provocam ainda uma série de outros efeitos de orla.

A água, o ar, a flora e a fauna das florestas têm valor para a sociedade como reservas de genes e condição de vida e bem-estar social. Infelizmente o valor de um metro cúbico de ar, ou de água, ou de biodiversidade não tem preço, não dá para ser calculado. Entretanto, pode-se fazer um exercício estimativo. Por exemplo, o preço de um grama de ouro está em torno de 12 dólares; o de um grama de clorofila bruta é de 700 dólares e o de clorofila purificada é de cerca de 20.000 dólares; o preço do beta-caroteno a do alfa-caroteno varia de 3.000 a 6.000 dólares.

Vale a pena  fazermos uma reflexão sobre a riqueza e a importância da biodiversidade para a economia nacional e mundial.

Referências bibliográficas:
Araújo, M.B. (1998) – Dados e reflexões, em artigo de revisão de trabalho de investigação. Centro de Ecologia Aplicada, Universidade de Évora. Évora.

Christie, M. and Hanley, N. and Wright, R.E. (2006) Valuing the diversity of biodiversity. Disponível em: http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/course/view.php?id=66651. pp. 2-14
FALASCHI, Rafaela Lopes, et al. Simeão Moralis, Pedro Da Po, (2010) - O que é Biodiversidade afinal, disponível na http://cienciae.blogspot.pt, consultado em 2012-03-16
GARCIA, Eloi S.. Biodiversidade, biotecnologia e saúde. Cad. Saúde Pública [online]. 1995, vol.11, n.3 [cited  2012-03-27], pp. 495-500

quinta-feira, 22 de março de 2012

BIODIVERSIDADE,  GEODIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO - 1ª Actividade 

Todos os anos, por esta altura, é feita a abertura da Lagoa ao mar, num espetáculo único, em que se rompe o cordão dunar que a separa do Oceano Atlântico. Foi o que se verificou, na presença de cerca de um milhar de pessoas , que quiseram testemunhar este momento de rara beleza que ocorre numa fase do ano que coincide com os períodos de reprodução de inúmeras espécies piscícolas. Uma ação necessária para assegurar a continuidade do habitat do maior sistema lagunar da Costa Alentejana.
Sendo historicamente referenciada desde tempos remotos, primeiro como porto natural com barra aberta e posteriormente como lagoa, após a formação do cordão dunar que a separa do Oceano Atlântico a lagoa de Santo André é Alimentada por seis ribeiras.
Constituída por uma bacia central com uma superfície de cerca de 150 ha, pode atingir os 350 ha no inverno. Em meados do século XVIII os terrenos desocupados de água com a abertura da lagoa ao mar, eram aproveitados para várias culturas tais como trigo, feijão e linho. Hoje a ligação com o mar é temporária e permite a limpeza dos sedimentos, renovação da sua de massa de água e a entrada de espécies piscícolas oriundas do Oceano.
(Publicação CMSantiago do Cacém)

(Publicação CMSantiago do Cacém)
Não poderia deixar de passar em branco a oportunidade que me foi conferida na execução deste blogger (ainda a dar os primeiros passos, contudo cheio de boas intenções ) para vos levar o paradigma do que em meu entender representa a vida e sua correlação diversa, num local onde em 1972, aquando dos primeiros estudos sobre a futura plataforma industrial de Sines, se augurou estar em presença de um dos locais onde se registava o mais interessante equilíbrio ecológico, a Lagoa de Santo-André, minha terra

A natureza não faz nada em vão.
Aristóteles 


                                          Centrodeestrudosambientais.centropress.com
                                                                 
 O QUE É A BIODIVERSIDADE ?
Num primeiro momento pode-se entender equivocadamente biodiversidade como riqueza de espécies ou abundância, uma vez que é bastante difundido assim em livros didáticos, jornais e revistas. Quando na verdade riqueza trata do número absoluto de espécies, enquanto abundância designa o número de indivíduos em cada conjunto de espécies; já diversidade fala de diferença, multiplicidade de coisas distintas, variadas. São conceitos distintos. Mas também restringir o conceito de biodiversidade à diversidade de espécies é muito vago...
Definições que vão de acordo com uma série de outros estudiosos que dizem ser imprescindível considerar não somente a diversidade de espécies, assim como a diversidade genética, de ecossistemas e dos próprios organismos num nível abaixo ao de espécie. Sendo assim, neste ”post” defino biodiversidade como a variação da vida em todos os níveis de organização biológica, até porque, em verdade, pese o atrevimento anterior da conceptualidade, temos que:
Não obstante a diversidade de propostas que visam reduzir o conceito de biodiversidade  a um espaço bidimensional, mensurável, de abcissas e ordenadas, afigura-se pouco provável que algum dia alguma medida venha a merecer o consenso (Norton,1994).../...  ou de uma forma agora desafiante,a"totalidade dos genes, espécies e ecossistemas de uma região". 
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...Sem esquecer que:
Biodiversidade e ecossistemas estão estreitamente relacionados, sendo que o conceito de ecossistema alude um enquadramento ao nível da atuação nas conexões entre pessoas e o meio ambiente. Um ecossistema é um processo dinâmico de comunidades de plantas, animais e microrganismos e do meio ambiente não vivo interagindo como um todo, ou uma unidade funcional. O homem é parte integrante deste sistema. 
Por isso, a “abordagem ao nível do ecossistema” tem sido defendida pela Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), e a estrutura conceptual da AM é totalmente consistente com essa abordagem, afirmando que esta reconhece que as pessoas, com suas diversidades culturais, representam uma componente integrante de muitos ecossistemas.

Referência:

Araújo, M.B. (1998) – Dados e reflexões, em artigo de revisão de trabalho de investigação. Centro de Ecologia Aplicada, Universidade de Évora. Évora.

FALASCHI, Rafaela Lopes, et al. Simeão Moralis, Pedro Da Po, (2010) - O que é Biodiversidade afinal, disponível na http://cienciae.blogspot.pt, consultado em 2012-03-16
Millennium Ecosystem Assessment 2005, Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, DC.